Explicando de forma simples o que é carry trade, o investidor pega um empréstimo em um país com juros mais baixos, e coloca esse mesmo dinheiro para render em outro país que pague um juro mais alto. O lucro será calculado com base na diferença entre as duas taxas.
Imagine pegar um empréstimo com taxa de 5% ao ano em um país, e depois colocar esse mesmo dinheiro em um investimento de renda fixa aqui no Brasil que pague 13,75% ao ano. Seria um ganho espetacular, concorda? Perceba que inclusive é uma operação que não precisaria ter um dinheiro de fato guardado, considerando que o dinheiro que será investido é aquele que foi pego através de um empréstimo.
Mas ao fazer carry trade existem riscos que precisam ser esclarecidos, por exemplo, um câmbio desfavorável no momento da quitação do empréstimo original pode acabar com todo o resultado da operação, e inclusive gerar um alto prejuízo. Uma maneira de ficar protegido disso seria fazer alguma operação de Hedge.
No Brasil, investidores também fazem uma espécie de carry trade, mas sem o risco cambial. Eles buscam títulos de renda fixa com retornos superiores à taxa paga em financiamentos, principalmente imobiliários, e casam as duas operações para lucrar com a diferença entre as taxas.
Ou seja, ao invés de usar o dinheiro possuído para pagar o imóvel à vista, o investidor paga financiado e investe o dinheiro em renda fixa, com uma taxa que pague mais do que será pago nos juros do financiamento. No final, além de conquistar o imóvel próprio, também obtém-se algum ganho financeiro na operação.
Como é possível perceber, o carry trade é uma operação mais indicada para investidores com muita experiência no mercado. Ela envolve diversos fatores macroeconômicos que investidores comuns certamente não conseguiriam analisar e prever mudanças rapidamente. Porém, nunca é demais aprender o que são essas operações, que são frequentemente comentadas por pessoas do mercado financeiro.